terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Palestra sobre o novo Master de Secundária

O presente texto é um resumo do que achegárom os diversos ponhentes durante a palestra sobre o novo Master de Secuntária departida na sala 5 da faculdade de história esta terça-feira às 19:00 horas, por mor das exíguas 20 prazas que se reservam para as licenciaturas de Arte, História, Geogragia, Filosofia, Económicas e Ciências Políticas.
Afinal, engadem-se algumhas consideraçons próprias. Tenha-se tamém em conta que o resumo de cada ponhente se fai através de notas pessoais e que, portanto, nem sempre respoderám exactamente ao exposto polos exponhentes, mas tenderá a reproduzir o sentido das suas intervençons.

Bermejo, professor da faculdade de História

Por enquanto a faculdade de filologia conta com 80 prazas a faculdade de história apenas conta com 20. Tendo em conta que no grao entrárom 200 alunos a rátio é de 1-10.
Em todo este processo o que domina é o despilfarro, a desorientaçom e a impostura. Um grao sem master nom vale para nada e os masters som poucos, selectivos e caros no modelo anglo-sajom que se implementa agora na UE através dumha reconversom industrial aplicada ao ensino que se chama Plano Bolonha.

No Estado espanhol nom hai mercado para a universidade polo que a adaptaçom da universidade ao mercado nom deixa de ser umha bonita declaraçom de intençons. Em Lugo, a titulaçom de Humanidades desaparece e passou-se a chamar "Ciências da Cultura e gestom cultural" para espantar a pantasma das depauperadas humanidades e com um programa e um plano de estudos improvisado para defender os interesses do profesorado.

Destarte, nom se estabelece um Master racional, mas masters adaptados aos desejos de cada professor que, no entanto, tampouco som os grandes beneficiários do novo Plano Bolonha, mas permite-se que cada professor imparta o que queira e assi evita-se a mobilizaçom social contra a reforma.

O único master que tem lógica e validez é o do mestrado, já que os demais nom som reconhecidos polo mercado. O interês em que se fagam masters é para recaudar fundos, por isso hai que recortar o número de prazas do master docente. Entom, os masters som apenas instrumentos recaudatórios. Podemos afirmar, finalmente, que a realidade refuta que os destinatários dos masters sejam os alunos e nom os professores.

Afonso Garcia Tobio, professor de sociologia

O Master de Secundária é umha cadena de despropósitos. A titulaçom de psicopedagogia desaparece e os docentes passarám a dar aulas neste master, com mais carga de docência e com professores contratados em precário (impartindo muitas horas e em Lugo e Compostela).

Por cima de 50 milhons de euros moverám-se neste novo mercado criado ex nihilo. Articula-se apresuradamente e às caladas para evitar os protestos e as pressons do estudantado com a maioria da comunidade docente cúmplice enquanto a deixem fazer. Os alunos passam a ser clientes deste novo mercado e de Bolonha com créditos empréstimos, o saber convertido em mercadória ou, em termos mais proféticos, a casa do conhecimento convertida numha cova de bandidos.

O master intensificou o trabalho dos professores e a precarizaçom do seu trabalho. O estudantado tem que dedicar-se a tempo completo a um master que passará dos 300€ dos CAP aos 1.200€ da USC, os 833€ de València, os 1594 de Castela e Leom ou os 1700€ da UNED. Isto na pública e com carácter excepcional para este ano ao acolherem-se pola crise ao intervalo mínimo estabelecido polas CC.AA, já que a tendência será ir homologando-se com a privada.

O inçado dos preços equipararám-se com o tempo pois com os 9000€ da universidade Complutense, os 4200€ da Pontifícia de Comillas, os 4100€ de Salamanca, os 6000€ da Camilo José Cela, os 7500€ da Afonso X, etc.

O ano passado havia 50.000 matriculados para o CAP em todo o Estado espanhol. As universidades públicas oferecem apenas 6.000 prazas e o cálculo de solicitudes é de 25.000 alunos, ou seja, 19.000 pessoas serám carne de canom para as privadas. O negócio é mais do que evidente.

Júlio Rodrigues (coordenador do Master de Secundária)

A história dos títulos universitários fixo-se sempre desde o pelelho do professorado que estava implicado nesse momento. As prazas oferecidas para a Galiza nom chegam a 50% das pré-inscriçons. A oferta de prazas depende da Conselharia que segue com a política da "austeridade" como se desprende do brutal acurtamento que sofrírom os orçamentos da USC. A Conselharia fai e desfai sem nengum tipo de oposiçom e o Processo de Bolonha acelera os tempos da mercantilizaçom do ensino e a depauperaçom das universidades.

Os licenciados quando começamos a carreira nom fomos advertidos desta reforma e, portanto, temos direito a continuar com o extinto CAP. Mas aplica-se-nos um decreto da era Aznar que aproveita habilmente Laura Sanches Pinhom para converter-nos já em vítimas da "universidade à bolonhesa" de que falava Miguel Anjo Fernám-Velho.

CODA

Quê fazer? Esta pergunta parece ecoar agora entre os que padecem os primeiros embites do Plano Bolonha. É demasiado tarde para reagir? Nom é demasiado tarde para perder a esperança porque o estudantado galego tem demonstrado noutras ocasions que é capaz de dar a cara e enfrontar os embites do grande capital. A soluçom é clara. Historicamente só se tenhem atingido êxitos nas vindicaçons sociais através da mobilizaçom e a luita na rua. O estudantado deve auto-organizar-se através de assembleias de faculdade que se coordinem logo a nível USC e caminhem para umha greve geral indefinida até que as nossas demandas sejam ouvidas:

- Paralisasom do Plano Bolonha e racionalizaçom da reforma universitária para que advogue claramente por umha universidade pública dotada dos suficiêntes recursos para ser universal e de qualidade e nom elitista e classista.

- Garantir que o Master de Secundária seja universal e público, quer dizer, com taxas assúmiveis polo estudantado e bolsas directas para o sustentamento do estudantado. Aliás, todas licenciadas e todos os licenciados devem ter oportunidade de curar este master, polo que se deve incrementar o professorado e os meios para que todo o estudantado poda aceder ao master sem limite de prazas.

Só fica um caminho, a auto-organizaçom e a luita. É urgente rearmar o tecido estudantil e criar consciência crítica entre o estudantado para evitar a mercantilizaçom do ensino e a morte da universidade pública. Somos mais e assiste-nos a razom. Estudante, organiza-te, revolta-te e luita!




+ Info:

-Veja-se o post incluído neste blogue com o vídeo dumha palestra sobre a universidade aparecida em Correo TV.

- Os anos passam, os problemas som os mesmos:



- Para umha opiniom pessoal mais desenvolvida sobre estas questons veja-se o artigo:

"A língua da Galiza perante o repto dumha educaçom privada e centralizada"


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